domingo, 21 de setembro de 2014

INDIFERENTE


Deuses estranhos cantam ao meu lado,
tocam suas liras e recitam versos,
dançam minuetos, enfeitam tablados,
esculpem mundos, pintam universos.

Mas há demônios cheios de recatos:
graves presenças de moralidade,
bradando pelos templos das cidades
suas leis inúteis, seus discursos chatos.

E esta poesia ingênua e singela -
eterna fé nos sonhos e nas asas
dos corações loucos das almas belas -

bate insistente nas portas das casas,
sopra nas avenidas e vielas
e, alheia a tudo, arde, queima, abrasa.

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