segunda-feira, 30 de março de 2015

ASSIM


Estar feliz não tem preço.
Nem se pode pensar felicidade assim:
algo que se mensura monetariamente.
Então, estar feliz é elevar-se, é transcender
do que é meramente complicado.
Não se pode encontrar felicidade
sem antes alcançar simplicidade.

quarta-feira, 25 de março de 2015

HORIZONTE Nº 2


Que possamos continuar sonhando.
E que nem todos os nossos sonhos se realizem.
Alguns precisam resistir e continuar a ser sonhos,
pra que tenhamos sempre algo que buscar.
Pra que tenhamos sempre um horizonte,
          incógnito, incerto, desejável...
Um horizonte distante o suficiente
para alimentar em nós o desejo de caminhar.
O desejo de caminhar muitos e muitos passos...

Que alguns de nossos sonhos se percam pelo caminho!
Para que nos surja a ideia de substituí-los,
e para que possamos pensar na efemeridade
das coisas, da vida, e dos próprios sonhos.

Que tenhamos sonhos possíveis
e sonhos irrealizáveis.
E que assim possamos experimentar
o sucesso e o sofrimento na medida certa.

Que eles sejam honestos com nosso coração.
Que eles sejam, realmente,
os nossos sonhos...

HORIZONTE


Agora um sol reconhece teu dia.
Antes a escuridão – densa, impiedosa – te acorrentava:
assim te libertou das tolas púrpuras que te encobriam,
que ofuscavam teus olhos, que reprimiam tua alma,
que sufocavam tua loucura...

Agora, radiante de rebeldia, podes experimentar uma
liberdade quase real (porque jamais somos de todo livres).
Podes mostrar teu belo rosto sem maquiagens;
podes sorrir sem medo do ridículo;
podes calar-te sem medo do silêncio.

Buscar novos destinos,
traçar um novo caminho para o velho destino,
andar sem rumo...

Tudo é melhor que parar!

EFÊMERO


A vida, assim como os misteriosos plátanos,
tem outonos...
E às vezes é preciso deixar as velhas coisas,
os velhos hábitos, as velhas roupas.
É preciso despir-se de tudo aquilo que nos deixa marcas
de passado.
Jogar fora as folhas amareladas pelo tempo
e preparar-se para o rigor de um purificante inverno.
É preciso permitir-se sofrer e enfrentar as manhãs geladas,
e é preciso experimentar as noites longas...
e os intolerantes ventos do sul.

A vida tem outonos.
São tempos em que, aos prenúncios de dias cinzentos,
nos sentimos mais carentes, mais desprotegidos.
Ansiosos pelas folhas novas da primavera,
nos tornamos mais vulneráveis e sensíveis.
Mas são também,
os dias em que provamos a nós mesmos
o quanto somos fortes.