sexta-feira, 9 de outubro de 2009

GRIS


No cinza desta tarde úmida e fria,

aos olhos destes rostos sonolentos,

os meus decassílabos pensamentos

distantes, em lampejos de poesia


buscando a luz dos sóis imaginários

que banham vales em longínquas terras;

verdejam campos e desenham serras;

dormem nos mares, soam campanários.


Na frieza do cinza desta tarde,

paredes gélidas, ecos de vozes

e tua presença contida e serena.


No entardecer desta cinza frieza,

só teu perfume me prende ao instante.

Só teu olhar é que me vale a pena.



...

SERENO


Vago só
E sou mais um, como os edifícios
Velando o sono dessas ruas...
E só, construo minhas esperanças das trevas.

Sempre há manhãs, mesmo que despidas de sol.

Então este meu vagar entre calçadas e jardins,
entre praças e vitrines
desconhece solidões e escuridões:
este meu vagar é livre.



...