segunda-feira, 18 de julho de 2011

AINDA QUE SEJAM TARDES

Muito longe da realidade:
uns medos e uns desejos que te procuraram
e continuam a recordar teus olhos e tua alma...

Minha vida é um caminho que se bifurca:
a fuga e o fogo.

Um é frio e tranquilo;
é grave e tem margens metálicas e negras;
tem um ar de paz e preguiça.

O outro é uma tempestade de sensações;
tem os sons da loucura,
cores indecifráveis,
aromas estonteantes.

Um me fez centrado e equilibrado:
previsível.
Me deu a calma e a sensatez dos sãos de espírito.

O outro teria me feito poeta

e teria me colocado muito longe da realidade:
diante de teus olhos e de tua alma...

sábado, 16 de julho de 2011

SE FOR ME AMAR


Se for me amar, me ame com desejo.
Mas, antes,
me ame com ternura, com carinho, com doçura...
Me ame com verdade, me ame com respeito.
Ame meus olhos antes de amar minha pele;
e ame minhas palavras antes de amar minha boca.
Se for me amar, ame meus gestos,
ame meus hábitos, ame minha voz.
Ame meu silêncio.
Ame minha simplicidade.

Se for me amar, ame minha alma...

E se assim me amares,
amarás meu jeito de te amar.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

VISÃO Nº 12


quando estes olhos novamente em mim
se converterem em felicidade
o preço dos momentos de saudade
será a loucura o fogo o amor enfim

se de um momento todo esse desejo
se de um olhar toda a selvageria
um novo rosto que eu agora vejo
quebrando espelhos de melancolia

é uma coragem que sempre se esconde
e só contempla teus olhos de longe
como se olhares pudesse tocar

acariciar beijar morder sangrar
mas para olhares a vontade cega
(o corpo é chama e a alma é entrega)


terça-feira, 5 de julho de 2011

SACRIFICIO



Cuando la tarde desagua en la noche,
cuando el azul se puntea de luz,
es que mi prima creencia reconduce
mi alma al templo oscuro de los azotes.

Y delante de tu imagen de diosa,
de tu mirada en triguera moldura,
me hago rehén de tu sonrisa hermosa;
me hago un sacrificio a tu dulzura.

Cuando la tarde desagua en la noche
no vivo solo para recordarte,
pero te recuerdo para vivir.

Cuando el azul se puntea de luz,
no me muero para ser tu ofrenda,
pero me ofrezco para no morirme.