quarta-feira, 13 de agosto de 2014

UMA HISTORINHA


Ele se chamava Cometa.
Não era tão brilhante quanto muitos conhecidos corpos
celestes, mas não costumava passar pelos céus sem que o
notassem.
Um dia, conheceu a beleza definitiva. E ela se chamava
Lua.
E conheceu que Lua não era somente absurda beleza, mas
inacreditável candura, indescritível alma, essência e
simplicidade.
As fagulhas tímidas de Cometa passaram a ter razões. E,
tendo razões,
tornaram-se rastro de luz que, por onde passava,
descrevia sempre
uma parábola na forma de um sorriso.
A cumplicidade que se construiu foi algo que inspirou os céus.
Tornaram-se confidentes de uma forma natural, como
é típico das amizades estabelecidas na confiança e no
respeito.
Cometa às vezes se esquecia de sua origem simples e
queria ter atitudes de estrela. Mas Lua tratava logo de
chamá-lo a recolocar-se em sua rota. Por sua vez Lua, que
era sempre muito centrada, às vezes deixava cobrir-se de
sombras que escondiam seu rosto radiante e belo. Mas
Cometa escrevia com seu rastro umas bobagens no céu
para que ela voltasse a sorrir.
Os meteoros – que têm esse nome porque gostam de se
meter na vida
dos outros corpos da galáxia – dizem por aí que Cometa e
Lua já não se
veem com tanta frequência, mas que continuam amigos
como sempre.
Dizem que Cometa ajustou a sua rota e, de acordo com
ela, tem contatos esporádicos com Lua. E, dizem ainda,
após esses contatos pode-se notar o céu mais claro.
São os rastros de Cometa; é Lua, cheia de luz.

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