POESIA ADOLESCENTE
Poemas de Milton Giaretta
segunda-feira, 30 de março de 2015
ASSIM
Estar feliz não tem preço.
Nem se pode pensar felicidade assim:
algo que se mensura monetariamente.
Então, estar feliz é elevar-se, é transcender
do que é meramente complicado.
Não se pode encontrar felicidade
sem antes alcançar simplicidade.
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SIMPLICIDADE
quarta-feira, 25 de março de 2015
HORIZONTE Nº 2
Que possamos continuar sonhando.
E que nem todos os nossos sonhos se realizem.
Alguns precisam resistir e continuar a ser sonhos,
pra que tenhamos sempre algo que buscar.
Pra que tenhamos sempre um horizonte,
incógnito, incerto, desejável...
Um horizonte distante o suficiente
para alimentar em nós o desejo de caminhar.
O desejo de caminhar muitos e muitos passos...
Que alguns de nossos sonhos se percam pelo caminho!
Para que nos surja a ideia de substituí-los,
e para que possamos pensar na efemeridade
das coisas, da vida, e dos próprios sonhos.
Que tenhamos sonhos possíveis
e sonhos irrealizáveis.
E que assim possamos experimentar
o sucesso e o sofrimento na medida certa.
Que eles sejam honestos com nosso coração.
Que eles sejam, realmente,
os nossos sonhos...
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SONHOS
HORIZONTE
Agora um sol reconhece teu dia.
Antes a escuridão – densa, impiedosa – te acorrentava:
assim te libertou das tolas púrpuras que te encobriam,
que ofuscavam teus olhos, que reprimiam tua alma,
que sufocavam tua loucura...
Agora, radiante de rebeldia, podes experimentar uma
liberdade quase real (porque jamais somos de todo livres).
Podes mostrar teu belo rosto sem maquiagens;
podes sorrir sem medo do ridículo;
podes calar-te sem medo do silêncio.
Buscar novos destinos,
traçar um novo caminho para o velho destino,
andar sem rumo...
Tudo é melhor que parar!
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REBELDIA. MILTON GIARETTA
EFÊMERO
A vida, assim como os misteriosos plátanos,
tem outonos...
E às vezes é preciso deixar as velhas coisas,
os velhos hábitos, as velhas roupas.
É preciso despir-se de tudo aquilo que nos deixa marcas
de passado.
Jogar fora as folhas amareladas pelo tempo
e preparar-se para o rigor de um purificante inverno.
É preciso permitir-se sofrer e enfrentar as manhãs geladas,
e é preciso experimentar as noites longas...
e os intolerantes ventos do sul.
A vida tem outonos.
São tempos em que, aos prenúncios de dias cinzentos,
nos sentimos mais carentes, mais desprotegidos.
Ansiosos pelas folhas novas da primavera,
nos tornamos mais vulneráveis e sensíveis.
Mas são também,
os dias em que provamos a nós mesmos
o quanto somos fortes.
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RENOVAÇÃO
sábado, 1 de novembro de 2014
MOSAICO
juntei recortes de velhos jornais
formei palavras descomprometidas
frases estranhas sem corpo sem vida
que não pudessem ser ditas jamais
e assim as colei aleatoriamente
em várias cartolinas coloridas
frases estranhas outrora sem vida
a germinar das cores qual sementes
e mesmo que não sejam compreendidas
por tolos que as preferem alienadas
à lógica e ao comum resumidas
crescem alegres rebeldes ousadas
no colorido contextualizadas
frases estranhas tão cheias de vida
CAMPO HARMÔNICO
Uns arpejos pálidos procuram por teus olhos.
E por estes dedos trêmulos, descompassados,
tentam buscar a justa razão por que te puseste ausente.
Agora é momento de as palavras se fitarem,
provocarem situações para que a verdade, serena,
desperte.
Ao som de discretos acordes, porém, te encontro apenas
em tímidas recordações.
Será que vagam - esses olhos - por esta mesma cidade,
por esta mesma rua?
Será que os seres alados, que há dias rondam minha
janela,
são mensageiros do reino distante em que, agora,
habitas?
Se forem, direi a eles que te espero, todas as noites,
na mesma pracinha de outrora.
Eu e meu violão...
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SAUDADE
domingo, 28 de setembro de 2014
DOLOSO
Será que nos reservam um momento
os deuses dos amores proibidos?
Será que nossa história ficará
resumida a desejos reprimidos?
Quando as palavras, enfim, calarão
em nossos lábios trêmulos, febris?
Será que um dia tudo que se diz
será real - volúpia, ardor, paixão?
Nossas vidas não se cruzaram à toa.
Não foi por acaso que teu olhar
com meu olhar um dia se encontrou.
Nem será sem querer que nossas bocas,
oportunamente, irão se tocar
e realizar tudo que se sonhou.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014
QUADRINHAS Nº 1
Queria que me deixasses
pitadas do teu olhar,
para o meu rosto sorrir
e meu coração sonhar.
QUADRINHAS Nº 2
Olhares vagam aflitos,
olhares buscam porquês.
Em teus olhos tão bonitos
minhas razões pra viver.
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QUADRINHAS
QUADRINHAS Nº 3
Onde estão teus lindos olhos
que ataram meu coração?
Por causa destes teus olhos,
meus olhos sem direção.
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QUADRINHAS Nº 4
Em teus olhos cabe a aurora
de um dia de verão:
cheio de brilho e luz...
Cheia de sedução...
QUADRINHAS Nº 5
Teus olhos roubei da noite
por causa dessa poesia.
Morremos na madrugada.
Não vimos a luz do dia.
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domingo, 21 de setembro de 2014
INDIFERENTE
Deuses estranhos cantam ao meu lado,
tocam suas liras e recitam versos,
dançam minuetos, enfeitam tablados,
esculpem mundos, pintam universos.
Mas há demônios cheios de recatos:
graves presenças de moralidade,
bradando pelos templos das cidades
suas leis inúteis, seus discursos chatos.
E esta poesia ingênua e singela -
eterna fé nos sonhos e nas asas
dos corações loucos das almas belas -
bate insistente nas portas das casas,
sopra nas avenidas e vielas
e, alheia a tudo, arde, queima, abrasa.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
PRIMEIRO ATO DE CULPA
Ontem as palavras se acabaram...
e a noite tornou-se mais noite, mais turva.
Um quase frio roçou os braços daquele momento
e, densa, a madrugada suspirou ofegante:
um perfume se revelando como luz...
Ontem as bocas foram um silêncio tiritante
e houve diálogos, juras, clamores, gritos...
flutuando pela penumbra, aprisionados.
Ontem: um medo indomável.
Hoje: uma alma contrita.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2014
UMA HISTORINHA
Ele se chamava Cometa.
Não era tão brilhante quanto muitos
conhecidos corpos
celestes, mas não costumava passar pelos
céus sem que o
notassem.
Um dia, conheceu a beleza definitiva. E
ela se chamava
Lua.
E conheceu que Lua não era somente
absurda beleza, mas
inacreditável candura, indescritível
alma, essência e
simplicidade.
As fagulhas tímidas de Cometa passaram a
ter razões. E,
tendo razões,
tornaram-se rastro de luz que, por onde
passava,
descrevia sempre
uma parábola na forma de um sorriso.
A cumplicidade que se construiu foi algo
que inspirou os céus.
Tornaram-se confidentes de uma forma
natural, como
é típico das amizades estabelecidas na
confiança e no
respeito.
Cometa às vezes se esquecia de sua
origem simples e
queria ter atitudes de estrela. Mas Lua
tratava logo de
chamá-lo a recolocar-se em sua rota. Por
sua vez Lua, que
era sempre muito centrada, às vezes
deixava cobrir-se de
sombras que escondiam seu rosto radiante
e belo. Mas
Cometa escrevia com seu rastro umas
bobagens no céu
para que ela voltasse a sorrir.
Os meteoros – que têm esse nome porque
gostam de se
meter na vida
dos outros corpos da galáxia – dizem por
aí que Cometa e
Lua já não se
veem com tanta frequência, mas que
continuam amigos
como sempre.
Dizem que Cometa ajustou a sua rota e,
de acordo com
ela, tem contatos esporádicos com Lua.
E, dizem ainda,
após esses contatos pode-se notar o céu
mais claro.
São os rastros de Cometa; é Lua, cheia
de luz.
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RESSURREIÇÃO
E as gotas caíram como bênçãos...
Os cabelos molhados, os olhos em transe
e o corpo girando, girando, girando...
Teu corpo e a chuva e meu corpo
flutuante...
é esta a terra que nos absorve, nos
decompõe e nos faz um!
Um novo e único coração.
Nossa nova e única alma,
girando, girando, girando...
braços abertos, olhos fechados ao céu,
sob as gotas, sob as bênçãos,
sob a terra, sob o êxtase, a entrega, o
amor,
girando,
aleluia, girando, girando, girando, aleluia...
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sexta-feira, 6 de junho de 2014
ALFORRIA
Vá-te daqui, tola poesia!
Já não te reconheço.
Me foste honesta e submissa,
mas, agora, tudo que me dizes são melancolias:
palavras brancas e aladas,
doces e aveludadas,
pra uns olhos que não esqueço...
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SELVAGEM
Muitas
esperanças para assassinar
e
poucas chances de redenção:
o
mundo abaixo das linhas imaginárias
ama
violentamente.
E
eu tolo e eu poeta...
Definitivamente,
o amor foi feito para
corações
simples.
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sexta-feira, 30 de maio de 2014
WHO MADE WHO?
Você não pode ser tudo o que querem que seja,
nem pode ter tudo o que buscam em você.
Você não pode ser o profeta de que necessitam.
E não pode ser sempre bom, nem sempre forte.
Tampouco pode ser sempre pontual, ou sempre correto...
Você não pode ser sempre o que querem que seja.
Mas pode ser muito melhor que isso.
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WHO MADE WHO?
VINTE
Por que eles me olham assim
como os loucos das avenidas que bradam por nada?
Decerto sabem que não resisto a também olhá-los,
que não sei fazer disfarce.
A janela oferece uma paisagem tão vasta,
um mundo tão longo...
E eles, por detrás dessa fileira de almas,
insistem em mirar-me.
São os mais distantes
e tenho medo de pensar que são os mais bonitos...
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VINTE
SALA DE VISITAS
E se esse amor chegar inesperado, inusitado?
E se chegar, repentino e indiscreto, como uma enxurrada, como um terremoto: sacudindo as estruturas, sem dar tempo para reações ou protestos?
E se, mesmo ansiosos por sua chegada, ele nos deixar sem ação?
Se ele nos desarmar com a primeira lufada de sua
presença em nosso peito?
Se esse amor for azul, ou rosa, ou verde? E se ele for
jovem demais? Ou velho demais? Se ele for iletrado... se
for poeta... e se for punk?
E se, por acaso, ele nos vier dizer verdades que não
queremos ouvir? E se ele nos disser mentiras que nos
satisfaçam? E se ele nos trouxer culpas? Se nos tranquilizar e nos acomodar?
Se esse amor vier virtual, ou em sonhos, ou em uma
estação: já de partida a olhar pela janela pra nunca mais voltar?
E se não for pra nunca mais?
E se esse amor não chegar assim tão repentino? E se já
tiver chegado, discreto e, igualmente, inusitado? E se,
taciturno, já nos tiver olhado nos olhos e nos dito verdades ou mentiras ou poemas ou bobagens? Se, laconicamente silencioso, ele já nos tiver desarmado?
E se esse amor já for real? E se já for eterno?
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SALA DE VISITAS
EVENTUAL
guardaremos da noite esses sabores
dos toques do desejo da euforia
e da janela aos primeiros rubores
apreciaremos o nascer do dia
e diante de teu rosto iluminado
de luz e cor o céu se cobrirá
envaidecido pelo teu olhar
e pelos tons de tua pele acanhado
guardaremos da noite só lembranças
a manhã preguiçosa romperemos
e deixaremos tudo no passado
por essas ruas nenhuma esperança
nenhum medo ou certeza levaremos
só um momento pra ser redesenhado
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segunda-feira, 26 de maio de 2014
PRESENTEIE-SE
Se a vida é corrida e atarefada, se dê
de presente um
pouco de tempo. Tempo com as pessoas que
lhe fazem
sentir-se bem, com seu animal de
estimação, com sua
música preferida, com o silêncio,
consigo... Porque tempo
não é dinheiro. Tempo é oportunidade
para ser feliz.
Se os projetos estão difíceis de realizar, presenteie-se com
sonhos. Porque cada sonho é um novo
projeto: uma nova
opção para transformar-se em realidade.
Se um amor te faz sofrer, regale-se com um bom rock’n
roll, uma coca-cola gelada, uma roupa
nova ou uma
tarde com os amigos. Amores existem pra
nos fazer bem.
Quando não fazem, é hora de serem
momentaneamente
preteridos, pra que possam, quando for o
caso, retornar
mais tarde. Coloridos e saudáveis...
Se o mundo anda meio sem jeito, se as notícias são de
guerras, mortes, roubos, violência
enfim, presenteie-se
com atitude. O mundo muda para melhor a
cada
gesto de bondade que fazemos. Gestos que
fazem o
metro quadrado à nossa volta ser um
lugar melhor. Não
podemos desistir de fazer bondades,
mesmo que pareçam
pequenas. Os mares não existiriam sem as
pequenas
gotas.
Presenteie-se!
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PRESENTE
MATINAL
E se tornar-se difícil o caminho,
se nossas forças forem-se perdendo,
e se as lições se forem esquecendo,
e se os passos sentirem-se sozinhos...
Se de águas turvas tomarem-se os rios,
de turbulentas tormentas o céu,
e se os sabores tornarem-se fel,
e se os amores tornarem-se frios...
haverá noites pra que o sol descanse
e um silêncio brotando do horizonte
e uma chuva pra se purificar.
haverá um novo arrebol se fazendo
e uma aquarela plena de motivos
para um novo caminho desenhar.
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CAMPO
minha pequena flor chapéu dourado
do ouro dos vimeiros dos trigais
toca meus dedos caminha a meu lado
toma meus sonhos os faça reais
pequenina candura: aroma e cor
torna uma aventura meus parcos dias
imprevisível como eu não previa
inesperado como se esperou
aqui firma teus duradouros passos
teus dedos move delicadamente
deixa o vento as sementes espalhar
que a impaciência pelo teu abraço
fez meu corpo terra fértil carente
pra tua
presença poder germinar
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quinta-feira, 17 de abril de 2014
LOGIA
Ah, se os poetas fossem imunes ao sentimento,
se fossem apenas movidos pela realidade nua, pela
exatidão...
Se tivessem um olhar crítico sobre todas as coisas,
e se possuíssem o poder de compreender tudo o que as pessoas sentem sem ter que senti-lo...
Ah, se os poetas não precisassem das madrugadas,
se não dependessem das artes, da terra, da chuva, do
sofrimento...
E, quem sabe, se não fossem sensíveis,
se não chorassem, se não protestassem...
Se os poetas fossem sempre lúcidos, se fossem sempre belos
e sempre alegres e sempre coerentes e sempre lógicos...
Se não fossem loucos...
Ah, se poemas fossem produzidos em linhas de
montagem...
Se poetas fossem formados em universidades
e se pudessem escolher especializar-se nos estilos que quisessem...
Se fossem cristalinos, absolutos, lacônicos...
Se os poetas fossem sempre céticos...
E se fossem sempre crentes...
Ah, se os poetas não odiassem...
E se não amassem...
Então, haveria poetas e poemas,
mas não poesia.
domingo, 27 de outubro de 2013
INSENSATEZ
Os corações recatados sentem medo.
Estão sempre em fuga.
Fogem dos olhares inesperados
que insistem em por à prova
sua conduta, sua retidão, sua moral.
Esses olhares e esses corações:
A volúpia e a decência
caminhando lado a lado
sem coragem de darem-se as mãos.
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013
FALANDO SÉRIO
Gostaria de viver eternamente:
não simpatizo muito com a ideia da morte.
Mas, sei o que sou
e o que não Sou!
Então
quero morrer de rir!
Um riso estraçalhante
que rompa minhas artérias e dilacere meus músculos
e que, no meu último suspiro, me faça sereno
porque tudo valeu a pena.
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domingo, 20 de outubro de 2013
PRELÚDIO
Caíram aqui ao meu lado
as flores de uma primavera precipitada.
Rebeldes como eu, não esperam por tempos propícios.
Propiciam o tempo!
São como almas dançarinas ao som de sinos fúnebres:
eles insistem em anunciar aos tantos ventos
que há um ponto final;
elas, apenas dançam...
As flores e suas almas dançarinas na imprevista primavera...
E talvez algum vento vestido de fraque cinza
queira lhes varrer daqui.
Rebeldes, continuam a cair ousadamente ao meu lado:
dançando... o vento soprando... e elas dançando.
Apenas dançando...
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terça-feira, 15 de outubro de 2013
ANGELICAIS
Um dia um anjo pousará em tua
vida.
Te reconduzirá pelo caminho do
qual jamais deverias ter-se desviado
e te fará sereno... e te
trará esperança... e te dará lucidez...
Mas não penses que um Anjo de
verdade
é uma imagem alva e
misteriosa.
Anjos de verdade têm
angústias, sonhos, desejos, medos...
E às vezes precisam mais de
ti do que tu deles.
E às vezes são belos e têm
cabelos escuros.
E às vezes são altos
e atacam
e defendem
e amam fazer isso...
Anjos podem guardar teus
segredos mais íntimos,
e podem esperar o mesmo de
ti.
Podem chorar de tristeza por
tua partida
e podem chorar de alegria por
tua volta.
Anjos não têm idade.
E são raros...
E é por isso que, uma vez
cruzando nossa vida,
Um Anjo jamais será
esquecido!
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
A DEUSA E O ANJO
era uma deusa e um anjo poeta
palavras risos juras e segredos
delicadezas nos amanheceres
música lágrimas paixão e medo
uma deusa de olhos claros e belos
linda e radiante pelos corredores
um anjo bobo e seus versos singelos
e alma prostrada e cego de amores
então um dia suas mãos se tocaram
seus olhares descobriram razões
suas adolescências se encontraram
uniram-se em um só seus corações
e já não precisaram dizer nada
e já não necessitam escrever
a Deusa e o Anjo de almas encantadas
só por olhares se fazem entender
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terça-feira, 24 de setembro de 2013
SERENAS
Quero uma manhã de sol soprando em meu rosto.
Um sol recém nascido, de pele rosada.
Que ele desenhe algo no horizonte que seja
a tua silhueta: suave, morena...
Quero uma manhã de sol, tranquila, silente.
Que dela ressoe algo nas abóbadas dos arvoredos
que seja a tua voz: delicada, pequena...
Quero uma manhã de sol, morna e dourada.
Que dela repouse algo em minhas mãos
que sejam as tuas mãos: seguras, serenas...
Um sol recém nascido, de pele rosada.
Que ele desenhe algo no horizonte que seja
a tua silhueta: suave, morena...
Quero uma manhã de sol, tranquila, silente.
Que dela ressoe algo nas abóbadas dos arvoredos
que seja a tua voz: delicada, pequena...
Quero uma manhã de sol, morna e dourada.
Que dela repouse algo em minhas mãos
que sejam as tuas mãos: seguras, serenas...
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domingo, 22 de setembro de 2013
CÓDIGO
Dou-te o meu silêncio e minha ternura
em troca de um olhar sem compromisso.
E dou-te meu coração submisso,
gratuito, livre, pleno de loucura.
Poemas novos com ou sem poesia
e a poesia com ou sem poemas;
pontos, acentos, desejo, grafemas,
pautas e notas, beijos, melodias...
De um velho violão, acordes miúdos
e minha alma tola e encantada.
Dou-te isso tudo e isso é quase nada,
mas do que tenho e posso dar-te é tudo.
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sábado, 14 de setembro de 2013
PEQUENO SONETO INGÊNUO
Vastas medidas de chão,
vasto pasto, postes toscos,
poucas bestas, tanta mosca,
corpos mortos: podridão.
Rala e escassa comida,
pratos postos, mesa pobre,
“velha praga”, frio e fome,
dias longos, pouca vida.
Tez opaca a do pecado,
porque ao grande pecador
permite-se ter pecado.
Se pra todos é o perdão,
por que pecam ricos, pobres
e se paga a redenção?
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013
ROLETA RUSSA
E se, repentinamente, eu me convencesse
de que estes olhos se me tornaram
grande razão
...pra sorrir?
...pra viver?
...pra morrer?
Melhor não pensar:
pode ser que eu não soubesse bem qual opção escolher.
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ALADAS
Fez o sol que esperávamos
e um vento perfeitamente ideal.
Nas asas coloridas da manhã
só senti tua ausência,
sem motivos...
inesperada...
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quarta-feira, 11 de setembro de 2013
AGOSTOS
Deixa as folhas se perderem na ventania.
Deixa a poesia se espalhar
e a loucura confundir-se com a sensatez.
As palavras hão de frutificar,
materializando-se nas janelas, nas salas, nas camas, nas
entranhas...
Praças, adolescentes...
Calçadas, violões...
Na mistura, poesia pura.
Palavras planando despretensiosas.
Qualquer coisa de sublime nascendo da simplicidade.
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GEOMETRICAMENTE
Cantar estrofes por pura alegria
e, livre de receios ou temores,
versificar em nome dos amores,
da paz, da terra, da própria poesia,
é possuir o universo nas mãos,
e, assim, brincar de ser onipotente.
É acreditar que no seu coração
se realiza tudo o que se sente.
Arrancar as palavras dos teclados
e libertá-las às cores, aos ventos,
ao céu, às ruas, às casas, ao povo,
é libertar também o pensamento
e desacorrentar-se do passado.
É ter coragem de viver o novo!
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domingo, 8 de setembro de 2013
RETORNANDO...
A Velha Estrada é um lugar confortável...
e é por isso que sempre voltamos!
A melancolia cede lugar a um novo tempo.
E, após as batalhas que temos travado, é tempo de bonança, enfim...
e é por isso que sempre voltamos!
A melancolia cede lugar a um novo tempo.
E, após as batalhas que temos travado, é tempo de bonança, enfim...
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
ATÉ BREVE!
Estarei fora uns tempos. Apenas um tempo.
Um novo projeto precisa sair do papel (ou seria "ir para o papel"?).
Mais do que um projeto,
é um pequeno sonho que precisa de uma manhã de sol pra acontecer.
E, agora, saio em busca de uma aurora perfeita,
de um arrebol colorido o suficiente.
As palavras que aqui estão, aqui ficarão.
E elas estão dispostas a tudo em troca de se tornarem poesia.
Porque palavras só podem ser chamadas de poesia
quando cumprem seu papel, nobre e singelo,
de tornar o mundo - nem que seja uma partezinha dele -
um lugar melhor;
e de tornar pessoas -
nem que seja apenas uma, nem que seja só um pouquinho -
mais felizes.
Não haverá muitos poentes e, ansioso, estarei de volta.
Milton Giaretta
segunda-feira, 18 de julho de 2011
AINDA QUE SEJAM TARDES
Muito longe da realidade:
uns medos e uns desejos que te procuraram
e continuam a recordar teus olhos e tua alma...
Minha vida é um caminho que se bifurca:
a fuga e o fogo.
Um é frio e tranquilo;
é grave e tem margens metálicas e negras;
tem um ar de paz e preguiça.
O outro é uma tempestade de sensações;
tem os sons da loucura,
cores indecifráveis,
aromas estonteantes.
Um me fez centrado e equilibrado:
previsível.
Me deu a calma e a sensatez dos sãos de espírito.
O outro teria me feito poeta
e teria me colocado muito longe da realidade:
diante de teus olhos e de tua alma...
sábado, 16 de julho de 2011
SE FOR ME AMAR
Se for me amar, me ame com desejo.
Mas, antes,
me ame com ternura, com carinho, com doçura...
Me ame com verdade, me ame com respeito.
Ame meus olhos antes de amar minha pele;
e ame minhas palavras antes de amar minha boca.
Se for me amar, ame meus gestos,
ame meus hábitos, ame minha voz.
Ame meu silêncio.
Ame minha simplicidade.
Se for me amar, ame minha alma...
E se assim me amares,
amarás meu jeito de te amar.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
VISÃO Nº 12
quando estes olhos novamente em mim
se converterem em felicidade
o preço dos momentos de saudade
será a loucura o fogo o amor enfim
se de um momento todo esse desejo
se de um olhar toda a selvageria
um novo rosto que eu agora vejo
quebrando espelhos de melancolia
é uma coragem que sempre se esconde
e só contempla teus olhos de longe
como se olhares pudesse tocar
acariciar beijar morder sangrar
mas para olhares a vontade cega
(o corpo é chama e a alma é entrega)
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